2ª SEMANA EVA NIL DE CINEMA que acontece essa semana em Cataguases tem como tema  “Cinema de Mulheres no Brasil” 

A 2ª SEMANA EVA NIL DE CINEMA, acontece de 24 a 27/09/24, no Animaparque/UEMG, em Cataguases.  

Todas as atividades são abertas ao público e gratuitas

A 2ª SEMANA EVA NIL DE CINEMA é realizada pelo curso de Tecnologia em Cinema e Animação da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) com a finalidade de promover a divulgação de experiências, palestras, atividades culturais e oficinas relativas ao estudo do audiovisual, do cinema e da animação, em seus diferentes suportes e áreas. Busca também aproximar e promover o relacionamento de realizadore(a)s, gestore(a)s culturais, professore(a)s, artistas, cineastas e demais interessados na área e estabelecer relação entre o cinema e as diversas áreas do conhecimento.

Falar de cinema em Cataguases é lembrar de Humberto Mauro. Mas desta vez, destacamos como o cineasta, considerado um dos fundadores do cinema no Brasil, foi sempre apoiado por mulheres fortes. A mãe Thereza é retratada como preocupada com a formação intelectual dos filhos por incentivá-los a se relacionar com pessoas detentoras de conhecimentos distintos ao do contexto familiar e por compartilhar com eles o gosto pela música. A esposa Bêbe atuou em seus filmes, além de ajudá-lo nas produções e demais demandas cinematográficas. Podemos dizer que essas duas mulheres inteligentes e fortes, ofereceram oportunidades a Mauro para que tivesse contato com a arte desde a infância e tempo e recursos necessários para se qualificar e participar de atividades que contribuíram para seu aprimoramento intelectual.

EVA NIL foi musa do cinema mudo e estrela dos primeiros filmes de Mauro. Atuou na comédia “Valadião, o Cratera” de Humberto Mauro, “Senhorita Agora Mesmo”, de Pedro Comello; “Na Primavera da Vida”, de Reinaldo Mazzei, e “Barro Humano”, de Adhemar Gonzaga. Seu rosto foi capa da revista Cinearte por duas vezes, o que ajudou a consolidar sua fama de “A Greta Garbo Brasileira”. 

Para representar esse poder feminino do Ciclo de Cinema de Cataguases e a importância das mulheres para o audiovisual hoje, a escolhemos para homenagear e nomear nossa Semana Acadêmica que nesta edição, tem como tema o Cinema de Mulheres no Brasil.

Cataguases, cidade do interior mineiro, se tornou referência no cinema nacional a partir das contribuições de Humberto Mauro, no início do século XX, e mais recentemente, a partir de 2010, pelas produções realizadas no âmbito do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, com sede na cidade. A região passou a partir daí, a ser considerada como um importante centro de fomento à produção audiovisual nacional, integrado a um amplo programa de cultura e de desenvolvimento local. Hoje, ela concentra um arranjo produtivo regional, que promove e projeta a diversidade cultural brasileira para múltiplas telas de todo o mundo. Na agenda estratégica e modelagem de implementação do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, destaca-se a capacidade de execução (nas dimensões de governança participativa com inúmeros agentes) de um modelo de negócios que reúne recursos locais, capazes de atrair o mercado do audiovisual para atuar na região, e na intensa experiência prática-formativa de suas “residências criativas”, sobretudo, envolvendo os jovens da região. Neste contexto, os profissionais que participarem da  2ª SEMANA EVA NIL de Cinema poderão vivenciar essa experiência, compartilhar saberes e produzir conhecimentos.

Programação  2ª SEMANA EVA NIL DE CINEMA – 2024

Local: Todas as atividades acontecerão no Animaparque/UEMG – Cataguases

23/09 (segunda-feira) 

19 horas – Sessão Esquenta da Semana 

24/09 (terça-feira) 

18h30 – Mesa de Abertura – Boas Vindas autoridades

19h – Atividade de abertura: Bate Papo aberto – Criar e Estrategiar no Audiovisual

Elizabete Martins Campos 

Mini currículo: Roteirista, diretora e produtora cinematográfica e de TV.  Membra da Academia Brasileira de Cinema (ABC) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Formada em jornalismo pelo UNI-BH. Roteirizou, dirigiu, produziu e distribuiu o premiado longa-metragem “My Name is Now, Elza Soares”, tendo realizado diferentes curtas e médias, entre eles: “Feira Hippie”, “Dona do Terço”, “Que Coso”, “Na Parede da Memória, Elis Regina”.  Atualmente realiza o longa “Maria Alcina, Alegria do Brasil”, em parceria com o Polo Audiovisual da Zona da Mata. Fundou a IT Filmes, o projeto Ciculabit e a Mostra de Cinema de Betim.  

Instituição de origem: IT FILMES

Cidade/Estado: Betim (MG)

Ementa: Apresentação resumida baseada em vivências práticas e teóricas como entender o audiovisual como ferramenta que reúne diferentes artes, técnicas, pessoas, ideias e estratégias de realização, dando um panorama geral e introdutório sobre as confluências presentes no tripé criar, produzir e distribuir, com uma visão que vai além de realizar, mas que possa criar impactos além da tela.

Número de Participantes: 80

Duração: 2h

Mediação

Prof.ª Carla Silva Machado 

Mini currículo: Doutora em Ciências Humanas (Educação) pela PUC/Rio. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Licenciada em Letras pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professora e Coordenadora do Curso de Tecnologia em Cinema e Animação da UEMG – Unidade Ubá com Sede em Cataguases.  

Instituição de origem: Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases/Ubá)   

Cidade/Estado: Cataguases (MG)

25/09 (quarta-feira) 

14h às 16h – Comunicação Oral – Apresentação de resultado de trabalhos de pesquisa e extensão

Coordenação: Willian David

16h às 18h – Oficinas Paralelas

Oficina 1: A matemática no cinema e a geometria através das câmeras 

Prof.ª Sabrina Alves Boldrini Cabral 

Mini currículo: Graduada em Matemática pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Especialista em Estatística pela Universidade Federal de Lavras. Mestra em Ensino de Ciências e Matemática e doutora em Educação pela PUC/Minas. Professora de Matemática na rede pública de ensino do Estado de Minas Gerais e na UEMG-Carangola. Membro dos grupos de pesquisa GEPPDOC, da PUC-Minas (CNPq) e de Ensino de Matemática – GPEMES, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Associada a ANPED.

Instituição de origem: Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Carangola)

Cidade/Estado: Carangola (MG)

Ementa: Conhecendo a história da matemática e o cinema. O que é geometria? E regra dos terços. Ponto, reta, plano: a sua aplicação na regra dos terços. Simetria e geometria; Simetria e cinema. Ângulos e sua aplicação na matemática. Ângulos e sua aplicação no cinema.

Número de Participantes: 20

Duração: 2h

Minicurso: Estruturando Seu Roteiro  

Thaís Olivier (Roteirista) 

Mini currículo: Cientista Social pela UFMG, pós-graduada em Roteiro para TV, Cinema, Web e Multiplataformas pela UVA. Com o roteiro de longa “Deus nos Guie” foi selecionada para o Laboratório Novas Histórias, CabíriaLab e 3º lugar no Prêmio Cabíria de Roteiro. Com o mesmo projeto ficou em 2º lugar no LATINX 2022 – Concurso Latino-Americano de Argumentos. Atual Vice-Presidente da ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas.

Instituição de origem: ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas.

Cidade/Estado: Muriaé (MG)

Ementa: O minicurso traz a metodologia desenvolvida por Frank Daniel conhecida como 8 Sequence Approach, ou Abordagem por Sequências. Técnica utilizada em filmes como O Sexto Sentido, Seven e o brasileiro A Que Horas Ela Volta?

Número de Participantes: 20

Duração: 2h

18:00 Atração Cultural – Lançamento coletivo de livros publicados por mulheres

Curadoria: Carla Machado 

 Renata Dias (mãe do Arthur) – A Flor de Lótus; Rosemere Cipião – Saindo das Sombras; Mônica Donato (mãe do Pedro) – Meu Mundo Mágico e Amanda Machado – Os Pratos que eu lavo ele não vê, Faltou a última estrofe de Ismália e Pela Inevitável Queda no infinito abismo; Rosália Duarte e Mirna Juliana Santos Fonseca. (Org.) – Grupem 20 anos: memórias e aprendizados em educação e mídias; Andrea Toledo – Cinema e memória em Cataguases: de Humberto Mauro ao Polo Audiovisual.

20h – Palestra: O Cine Teatro Recreio Cataguazense: 1896 a 1913

Prof.ª Joana Capella

Mini currículo: Formação em Estudos Sociais pela Fundação Superior do Oeste de Minas (Formiga-MG). Dedica-se à pesquisa autônoma da história do povoamento da região de Cataguases com duas publicações: Colônia Major Vieira: um marco da imigração em Cataguases (2011) e A Estrada Geral de Minas a Campos dos Goytacazes (2021), em coautoria com Ângelo Alves Carrara e José Flávio de Morais Castro.

Instituição de origem: Sem vínculo 

Cidade/Estado: Cataguases (MG)

Prof.ª Odete Valverde

Mini currículo: Graduada em História e Mestra em História e Cultura Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da rede pública e particular de ensino de Cataguases. Desenvolve pesquisa sobre a história local, tendo publicado Cataguases na roda da história: memórias da minha cidade (2008) em coautoria com Rodrigo Fialho Silva.

Instituição de origem: Sem vínculo

Cidade/Estado: Cataguases (MG)

Ementa: Apresentação do cineteatro Recreio de Cataguases, prédio inaugurado em 1896 para peças teatrais, orquestras e recitais. As professoras trazem uma abordagem do contexto econômico, político e social da época, que vai da sua inauguração até o início dos anos 1920.

Número de Participantes: 80

Duração: 50 minutos

Mediação Prof.ª Vanessa Coutinho Martins

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGCOM/UFJF), com doutorado sanduíche (PDSE – CAPES) na University of Toronto – St. Michael’s College. É professora no curso de graduação em Tecnologia em Cinema e Animação da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Cataguases. É integrante dos grupos de pesquisa/CNPq ‘Narrativas Midiáticas e Dialogias’, da UFJF, na linha Narrativas em Mutação e suas interfaces, e do ‘Grupo de Estudos & Pesquisas em Educomunicação’, da UFSJ, em que atua como coordenadora da linha Interfaces entre a Educomunicação e os estudos sobre Marshall McLuhan.

26/09 (quinta-feira)

14h às 16h – Comunicação Oral – Apresentação de resultado de trabalhos de pesquisa e extensão

Coordenação: Prof. Willian David

Professor do curso de Tecnologia em Cinema e Animação da UEMG. Autor do livro “Dois Cafés pra Solidão”. Doutor em Comunicação Social pela UFMG, com Mestrado em Comunicação e Bacharelado em Jornalismo pela UFOP.

15h – Oficinas Paralelas

Oficina 1 – Semiótica e cinema: percursos de aplicação  

Prof.ª Taís de Souza Alves Coutinho 

Mini currículo: Professora do curso de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade Ubá. Doutoranda em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre em Letras. Tem experiência na área de Comunicação, Semiótica, Percepção e Design. Áreas de pesquisa: interdisciplinaridade entre comunicação, jornalismo, design, semiótica, aplicação semiótica a projetos de design.

Instituição de origem: Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Ubá)

Cidade/Estado: Ubá (MG)

Ementa: Introdução à Semiótica aplicada ao Cinema, explorando os fundamentos teóricos e práticos da análise semiótica de filmes. Os participantes serão introduzidos aos principais conceitos semióticos e suas aplicações na análise cinematográfica, explorando como elementos visuais, sonoros e narrativos são utilizados na construção de significados. Serão discutidas abordagens teóricas relevantes e aplicadas em estudos de caso para desenvolver habilidades analíticas na interpretação de filmes.

Número de Participantes: 20

Duração: 2h

Oficina 2: O figurino no audiovisual: uma experiência didática na formação acadêmica  

Prof. Fabiano Eloy Atílio Batista 

Mini currículo: Professor do curso de Bacharelado em Design e Coordenador de Pesquisa na Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade Ubá. Doutor e Mestre na área de Política Social (UFV). Bacharel em Ciências Humanas (UFJF); Artes Visuais (UNINTER) e em Design de Moda (Estácio). Possui especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais (UFJF), Artes Visuais (UFJF) e em Moda e Cultura de Moda UFJF.

Instituição de origem: Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Ubá)

Cidade/Estado: Ubá (MG)

Ementa: Reflexões sobre o fenômeno da moda enquanto geradora e formadora de identidades a partir de sua interlocução com o cinema. Demonstração e análise visual de figurinos icônicos e seus criadores. Compreensão do figurino como elemento da construção da narrativa fílmica.

Número de Participantes: 20

Duração: 2h

18h Atividade Cultural – Batalha de Rimas – Taynan e Pâmela

18h30 – Mesa Redonda – Mulheres em cinema & educação

Prof.ª Andrea Toledo 

Mini currículo: Doutora em Ciências Humanas – Educação pela PUC-Rio, com doutorado-sanduíche no Programa de Pós-Graduação Memória: Linguagem e Sociedade na UESB. É professora no curso de Tecnologia em Cinema e Animação da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Cataguases. Membra do Grupo de Pesquisa em Educação e Multimídia (GRUPEM) e coordenador do Grupo de Pesquisa Educação, Audiovisual e Narrativas Transmídia (GEANT). 

Instituição de origem: Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Cataguases/Ubá)

Cidade/Estado: Cataguases (MG)

Prof.ª Milene Gusmão 

Mini currículo: Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Professora Titular do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Instituição de origem: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Cidade/Estado: Vitória da Conquista (BA)

Prof.ª Rosália Duarte 

Mini currículo: Professora Associada do Departamento de Educação da PUC-Rio, coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia.

Instituição de origem: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Cidade/Estado: Rio de Janeiro (RJ)

Mediação

Prof.ª Conceição Aparecida Oliveira dos Santos

Mini currículo: Professora da rede estadual de Minas Gerais, graduada em Pedagogia e Letras/Português. Especialista em Políticas Públicas em Gênero Raça (UFV), Especialista em Mídias na Educação (UFJF). Mestra em Educação e Docência, Promestre – UFMG.

Instituição de origem: Escola Estadual Guido Marlière  

Cidade/Estado: Cataguases (MG)

Ementa: reflexões de pesquisadoras em cinema e educação sobre o papel desempenhado por mulheres na construção desse campo de conhecimentos e práticas    

Número de Participantes: 80

Duração: 3h

27/09 (sexta-feira)

9h às 12h – Visita Guiada ao Centro Cultural Humberto Mauro, Colégio Cataguases, Museu da Energisa, Casa da Nanzita, Chácara da Catarina, Praça Santa Rita, Horto Florestal, Cemitério e demais pontos turísticos da cidade

Prof.ª Vanessa Coutinho Martins e Prof. Sávio Leite – UEMG-Cataguases

Prof.ª Virgínia Ribeiro Souza – SECULT-Cataguases

14h às 16h – Sessão Cineclube Aleatório

Curadoria: Prof. Sávio Leite

Sávio Leite nasceu em Belo Horizonte/MG, Brasil, em 1971. Graduou-se em Comunicação na Newton Paiva e realizou o mestrado em Artes Visuais na UFMG. É professor de cinema de animação no Centro Universitário UNA há 14 anos e na UEMG – Cataguases (Universidade do Estado de Minas Gerais). Ministra oficinas de vídeo e animação. É diretor de curtas-metragens, com filmes exibidos e premiados em importantes festivais nacionais e internacionais. Foi indicado quatro vezes ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, vencendo-o, em 2018, na categoria Melhor Curta-metragem. Criador e coordenador da MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação e do TIMELINE – Festival Internacional de Arte Eletrônica de Belo Horizonte. Curador do CINE DESIGN – Mostra Internazionale di Audivisivo Sperimentale e Film de Animazione di Vigevano / Itália. Foi jurado em diversos festivais no Brasil e na Finlândia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Armênia. Organizador dos livros Subversivos: o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais (2013), Maldita Animação Brasileira (2015) e Diversidade na Animação Brasileira (2018). Em 2017, lançou, em DVD, a coletânea MUMIA de Animações. Mineiras, em comemoração ao centenário da animação brasileira. Traduziu os livros Jorge Sanjinés e Grupo Ukamau – Teoria e prática de um cinema junto ao povo (2018) e A forma realizada: o cinema de animação (2020). Editou o livro Uma introdução ao Cinema Underground americano (2022), de Sheldon Renan.

15h – Oficina 1: “O Vozerio”: os ciclos da dublagem brasileira e as reivindicações dos dubladores

Igor Bastos Xavier (Diretor)

Mini currículo: Igor Bastos Xavier é bacharel em Cinema e Audiovisual e mestre em Artes, Cultura e Linguagens, ambos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Enquanto na academia, seu objeto de estudo foi a dublagem brasileira, com enfoque nas relações trabalhistas e organizações de classe dos dubladores. Das pesquisas, nasceu “O Vozerio” (2022), documentário em longa-metragem que marcou sua estreia como diretor.

Instituição de origem: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Cidade/Estado: Leopoldina/MG

Ementa: Apresentação do documentário “O Vozerio” (2022) e exposição acerca do panorama histórico da dublagem brasileira. Apontamentos desde o surgimento da técnica no Brasil nos anos 1930, passando por sua consolidação nos anos 1960 e culminando na transformação do mercado frente às novas tecnologias desde a virada do século XXI. A organização da categoria, suas condições de trabalho, os direitos autorais usurpados e o embate com a inteligência artificial abordados sob a ótica dos dubladores brasileiros.

Número de participantes: até 30

Duração: 3 horas

16h – Bate-papo aberto: Mostras e Festivais de Cinema e Audiovisual na Zona da Mata de Minas Gerais

Rafaella Pereira de Lima (Produtora) 

Mini currículo: Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens na Universidade Federal de Juiz de Fora e diretora do Festival de Cinema Intersessões, que está em sua quinta edição. Na produtora Cabeça de Vento atua especialmente como Produtora, Roteirista e Diretora de Fotografia e Fotógrafa Still.

Instituição de origem: Universidade Federal de Juiz de Fora / Produtora Cabeça de Vento Filmes

Cidade/Estado: Juiz de Fora (MG)

Ementa: A dimensão sociocultural das mostras e festivais de cinema e audiovisual em cidades da Zona da Mata de Minas Gerais. O papel que os festivais de cinema exercem na relação entre os filmes e o público. A proposta de curadoria, a recepção dos filmes pelo público, as formas de financiamento e acesso pelos participantes, o vínculo que estabelecem com instituições de ensino de educação básica e superior e qual a relação que estabelecem com o fazer cinematográfico.

Número de Participantes: 30

Duração: 1h30

18h30 – Atividade Cultural – Outsiders – seis músicas

19h Atividade de encerramento: Exibição comentada do filme Órfãs da Rainha

Elza Cataldo (Diretora) 

Mini currículo: Diretora, produtora e roteirista de cinema. Com curso em Cinematografia pela Universidade de Nanterre e Doutora pela Sorbonne, França, foi também professora e pesquisadora pela Universidade Federal de Minas Gerais. Entre seus trabalhos, estão os filmes: “Vinho de Rosas”, “O Crime da Atriz”, “A Santa Visitação”, “O Ouro Branco”, “Lunarium”, “A Má Notícia”, “O Levante de Bela Cruz” e “As Órfãs da Rainha”; com vários prêmios nacionais e internacionais. 

Instituição de origem: Persona Filmes

Cidade/Estado: Belo Horizonte (MG)

Ementa: Exibição do filme “As Órfãs da Rainha”, trama que acompanha as irmãs Leonor (Letícia Persiles), Brites (Rita Batata) e Mécia (Camila Botelho) que, tendo sido criadas no catolicismo pela rainha de Portugal, são enviadas a uma colônia brasileira para que se casem. A exibição será seguida por um debate com a sua diretora Elza Cataldo, tendo o filme como instrumento de análise sobre como a tecnologia pode contribuir para a realização de filmes históricos.

Número de Participantes: 80

Duração: 2h

2ª Semana Eva Nil de Cinema

De 24 a 27 de setembro de 2024

FICHA TÉCNICA

Presidente da comissão organizadora do evento:

 ANDREA VICENTE TOLEDO ABREU

Comissão organizadora:

CARLA SILVA MACHADO

CESAR PIVA

VANESSA COUTINHO MARTINS

KAREN OLÍVIA SILVA COELHO PEREIRA

SÁVIO LEITE E SILVA

WILLIAM DAVID VIEIRA

ESTUDANTES DO CURSO DE CINEMA E ANIMAÇÃO

Thais Helena Gonçalves Martins Silva

Fernanda de Almeida Tavares

Rebeka Sanchéz Pinto

Kauã Pereira Almeida

Lucas de Oliveira Napoleão

Amanda Reis de Almeida

Gabriel da Silva Saint’Clair

Julia Beatriz Magalhães

Fabiano de Souza Rocha

Pedro Henrique Dutra de Andrade

Comissão científica:

ANDREA VICENTE TOLEDO ABREU

CARLA SILVA MACHADO

INACIO MANOEL NEVES FRADE DA CRUZ

MILENE DE CASSIA SILVEIRA GUSMAO

MIRNA JULIANA SANTOS FONSECA

ROSALIA MARIA DUARTE

SÁVIO LEITE E SILVA

VANESSA COUTINHO MARTINS

WILLIAM DAVID VIEIRA

Participantes:

  1. ELIZABETE MARTINS CAMPOS – IT FILMES
  2. ELZA CATALDO – Persona Filmes 
  3. Prof. FABIANO ELOY ATÍLIO BATISTA – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Ubá)
  4. Prof. SÁVIO LEITE E SILVA – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases)
  5. Prof. WILLIAM DAVID VIEIRA – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases)
  6. Prof.ª ANDREA VICENTE TOLEDO ABREU – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases) 
  7. Prof.ª CARLA SILVA MACHADO – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases) 
  8. Prof.ª CONCEIÇÃO APARECIDA OLIVEIRA DOS SANTOS – Escola Estadual Guido Marlière (Rede pública de ensino de Cataguases)
  9. Prof.ª MILENE DE CASSIA SILVEIRA GUSMAO – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) 
  10. Prof.ª MIRNA JULIANA SANTOS FONSECA – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj)
  11. Prof.ª ROSALIA MARIA DUARTE – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  12. Prof.ª SABRINA ALVES BOLDRINI CABRAL – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Carangola)
  13. Prof.ª TAÍS DE SOUZA ALVES COUTINHO – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Ubá)
  14. Prof.ª VANESSA COUTINHO MARTINS – Universidade do Estado de Minas Gerais – (UEMG-Cataguases)
  15. RAFAELLA PEREIRA DE LIMA – Produtora Cabeça de Vento
  16. THAÍS OLIVIER – ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas.

Histórico de Eventos Anteriores

A UEMG por meio de convênio com o Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais e a Prefeitura de Cataguases oferta, desde o ano de 2022, o curso de Tecnologia em Cinema e Animação na cidade. Tal união de esforços, vem possibilitando o cumprimento de uma missão histórica da Universidade ao inaugurar um novo ciclo e promissor futuro para a sustentabilidade da cultura e do audiovisual no Estado.

A Semana Eva Nil de Cinema é uma ação resultante deste convênio e sua primeira edição foi realizada entre os dias 23 e 26 de maio de 2023. Trata-se de uma atividade acadêmica e artística que contou com a colaboração da pró-reitoria de Extensão da UEMG, das unidades da UEMG de Carangola, Frutal e Ubá, da Escola de Design, do Polo Audiovisual, do setor social da Energisa e muito trabalho e dedicação de uma comissão constituída por discentes e docentes do curso. Todo esse apoio possibilitou a realização de um evento de compartilhamento de saberes por meio de diferentes atividades

Entre as principais destaca-se:

Palestra de encerramento: Fernanda Salgado – Diretora Criativa do filme: Ana, en Passant – Apiário Criative Studio.

Sessões Tela Viva de Cinema, apresentações de música e grupos de dança;

Palestra de abertura: Delânia Cavalcante – Coordenadora de Investimento Social da Energisa – O papel da Energisa no fomento à cultura e ao audiovisual.

Oficinas: Estigmas e estereótipos no design e no audiovisual – Prof. Davi Neiva (Design/UEMG/Ubá); Introdução ao mercado da Ilustração – Leandro Silveira e Produção de Set – Karina Potira (Polo Audiovisual); Modelagem em tecido plano para alta costura – Prof.ª Eliza de Paula Batista (Design/UEMG/Ubá); Fractais: da geometria a videoarte – Prof. Bruno Pinheiro (Design/UEMG/Ubá); Fundamentos de anatomia humana para animadores – Prof. Riudo de Paiva (UEMG/Carangola); Entre coisas, imagens, sons e escritas: cartografias sensoriais e seu potencial narrativo – Prof.ª Andréia de Bernardi (Escola de Design/UEMG);

Ivelise Ferreira, produtora e membra da Academia Brasileira de Cinema, cineasta e produtor Nelson Pereira dos Santos com Wilson Borges do Labocine.

Os bastidores do Cinema Brasileiro pós Embrafilme

Por Ronaldo Câmara

Vamos relembrar um pouco da história recente do cinema Brasileiro, dos laboratórios e de toda infraestrutura do audiovisual, que ficaram nos bastidores das câmeras, mas fizeram a diferença, sendo parte importante da retomada do Cinema e do surgimento do audiovisual como conhecemos atualmente.

Tragicamente, no início de seu governo, o presidente Collor de Mello, fez um desfavor ou favor, irá depender da ótica individual, extinguir a Embrafilme. Foi um caos. Uma enorme lacuna se abriu, as produções cinematográficas não tinham mais suporte algum, estávamos indefesos à invasão dos filmes americanos sem nenhuma condição de resposta. 

Neste viés, de entregues à própria sorte, chamamos a atenção para algumas iniciativas, a atuação, do então Ministro da Cultura Paulo Sérgio Rouanet foi de crucial importância, surgindo assim a famigerada, Lei Rouanet 1991 como importante instrumento de fomento à Cultura, único por longo período.  

Como mais opção ao desenvolvimento do audiovisual, surge a Lei nº 8.685 de 20 de julho de 1993, que cria mecanismos de fomento a atividade Audiovisual, um aperfeiçoamento que realmente foi o principal marco para o financiamento da atividade Audiovisual popularmente chamada de retomada.

Alguns políticos mais lúcidos tiveram a iniciativa para preencher a lacuna deixada, no Rio de Janeiro, em agosto de 1992, a Prefeitura Municipal tendo à frente o prefeito Marcello Alencar, cria a RioFilme com Mariza Leão a frente como primeira presidente, José Roberto Gifford como diretor financeiro e Paulo Sérgio Almeida como diretor comercial e inicia o seu funcionamento já em novembro do mesmo ano com o lançamento de três filmes. No Rio Grande do Sul, o projeto do Cais do Cinema lançado, alardeadamente, por Olívio Dutra, infelizmente não saiu do papel.

Após as iniciativas bem sucedidas de instrumentos de fomento a produção, a comunidade do cinematográfica e de audiovisual começaram a fazer a sua parte, surgindo a partir de 1995 a chamada retomada.

Cartaz do filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil. 1995

Assim alguns produtores até então pouco conhecidos tais como Carla Camuratti- Carlota Joaquina, Bruno Stroppiana- Gabriela, Tarcísio Vidigal – Menino Maluquinho, Diler Trindade que se transformou no maior produtor com dezenas de produções, Paula Lavigne, Jofre Rodrigues Vestido de Noiva, Carlos Moleta o Gatão de meia Idade, dentre outros jovens estreantes. Já os tradicionais produtores, L.c. Barreto- Quatrilho. Mariza leão – Canudos, Nelson Pereira dos Santos.

Senhor e senhora Pereira dos Santos com Wilson Borges.

Ivelise Ferreira, diretora, produtora e membra da Academia Brasileira de Cinema, diretor Nelson Pereira dos Santos com Wilson Borges do Labocine. 

Algumas iniciativas que merecem destaque, se somaram ao esforço da comunidade de audiovisual, o Filme B, criada em 1997 por Paulo Sérgio Almeida é um importante  instrumento de divulgação e análise de informação sobre o mercado cinematográfico além coletar dados das bilheterias em tempo real, o Grupo Novo de Cinema que representou o Brasil em feiras e atividade internacional, Festival do Rio com associação de vários produtores e exibidores funcionou, e ainda funciona como importante instrumento de afirmação da atividade. Nesta linha de transformações a infraestrutura acompanhou o momento, inovando novas tecnologias e processos, tais com a Transcrição de Som Ótico Digital operada por Roberto Carvalho, Quanta iluminação com suportes técnicos, de equipamentos, de câmeras etc. até então inexistente nas produções brasileiras, Casablanca-Arlete Siaretta iniciando um centro inovador de produção antecipando a revolução digital, Estúdios Mega de som e logo depois de pós produção da família Otero. O principal laboratório Lider Cine de produção muito fragilizado pela extinção da Embrafilme, outrora sensação do cinema novo que fazia de sua sede, a sala de encontros do cinema novo à Rua Álvaro Ramos, sede da Lider, mudou de mãos sendo operado a partir de 1996 por Wilson Borges, empresário de outros setores que entrou na atividade de forma vertical. 

Adquirindo os Laboratórios Lider, parte da distribuidora Lumiere, adquire no México o Laboratório e New Art., se associando a exibidores, fomenta e financia dezenas de projetos cinematográficos. Como parte da resposta do setor, os laboratórios Líder passam ao nome de Labocine e Labocine Digital no Rio, Cinema Copiagens e revelação em São Paulo.

Wilson Borges, José Álvaro Moises, Tarcísio Vidigal, Ronaldo Câmara, Alberto Shatovsky, Victor Bergman ao fundo.

Wilson Borges, José Álvaro Moises, Tarcísio Vidigal, Ronaldo Câmara, Alberto Shatovsky, Victor Bergman ao fundo.

“… o tradicional laboratório Líder ganha um novo investidor, Wilson Borges, que saldou dívidas, adquiriu novos equipamentos e mudou o nome da empresa para LaboCine, buscando sobrevida no início do cinema digital brasileiro.

Cartaz do filme Vidas Secas, direção Nelson Peireira dos Santos 1963.

“Embora tenha investido na digitalização dos sistemas, em animações computadorizadas, inovando também na restauração de filmes, como Alô, Alô, Carnaval (Adhemar Gonzaga, 1936), Aviso aos navegantes (Watson Macedo, 1950) e Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963), a Labocine fecha as portas em 2015. A então presidente da Labo, Silvia Rabello, explica um dos motivos do fechamento: O problema é que 95% do faturamento vinham das cópias em película, e o restante do trabalho de pós-produção dos filmes. Como quase não há filmes em película sendo feitos, ficou inviável manter a empresa desse tamanho.”- (RABELLO apud MIRANDA, 2016).”

Fonte: ABC Assoçiação Brasileira de Cinematografia

“Filhos Separados” tema de documentário produzido pela IT Filmes recebe direito à justiça hoje

Depois de mais de 90 anos em que foi dado início ao crime de Estado Brasileiro, que ficou conhecido como “filhos separados”, nesta sexta 24 de novembro é sancionada a PL 3032/2022  – “Vozes Silenciadas, Direitos Restaurados, Justiça de Transição e a Reparação dos Filhos Separados pela Hanseníase”, que garante acesso a uma pensão especial à cerca de 14 mil pessoas injustiçadas pela política pública de internação compulsória da hanseníase no Brasil.

O Presidente Luis Inácio Lula da Silva sanciona a Lei dos Filhos Separados pelo isolamento compulsório da hanseníase em solenidade no Palácio do Planalto, hoje, marcando uma vitória muito significativa para aqueles afetados e o último passo da luta incansável do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (MORHAN).

Em 2017 foi rodado o Documentário “Filhos Separados pela Injustiça”, com roteiro e direção da cineasta e jornalista Elizabete Martins Campos, que traz em primeiro plano a voz, rosto e histórias de pessoas que foram  separadas na infância de seus pais. Em tom de relato, denúncia e informações sobre o ocorrido, os depoimentos são provas vivas do que aconteceu e a realidade ainda hoje, das personagens, a maioria já idosos.


: “Filhos Separados” tema de documentário produzido pela IT Filmes recebe direito à justiça hoje

A banda de som do documentário tem como destaque os personagens cantarolando. Em meio a tantas histórias de dor e sofrimento, a música se faz remédio e companheira.

A diretora Elizabete Martins Campos, em 2017, esteve em três ex-colônias, em Minas Gerais, ouvindo e filmando para o documentário com pessoas que sofreram essas injustiças e conta que, “fiquei emocionada ao receber a notícia que o Presidente Lula sancionaria a Lei, que garante direito a estas pessoas que passaram por todo tipo de violação humana, que vão de estrupo a trabalho escravo, agressão física, intelectual, abuso de poder etc. Acredito que o audiovisual tem o importante papel de sensibilizar as pessoas e colaborar de alguma forma para criar impactos além da tela, como foi nas filmagens, em que era nítido o anseio das pessoas atingidas pelo lugar da fala, da justiça, da visibilidade às suas labutas e anseios. A data de hoje marca mais uma reviravolta na história do povo brasileiro”.

Cineasta e jornalista Elizabete Martins Campos, da IT Filmes e Thiago Flores, coordenador jurídico do MORHAN, conselheiro nacional de Direitos Humanos e produtor do documentário, durante filmagens, na Colônia Santa Isabel, em Betim, em 2017.

De acordo com Thiago Flores, coordenador jurídico do MORHAN, conselheiro nacional de Direitos Humanos e produtor do documentário, “esta lei abrange os filhos, estendendo-lhes os benefícios previstos na Lei 11520/007. A partir da sanção da PL 3032/2022 , daqui há 50 anos, quando as pessoas pesquisarem sobre o isolamento compulsório da hanseníase no Brasil, vão passar pela história dos leprosários, colônias, ex-colônias, educandários, chegar em 2007 e ver que o Brasil reconheceu como crime de estado e reparou os pais, e em 2023, o mesmo presidente que concedeu a reparação a estas pessoas, volta a dar protagonismo aos seus filhos e expande a pensão especial aos seus filhos que também foram segregados”. Flores concluí classificando o momento como “um marco, não só na história do Morhan, movimento social que encabeça a causa desde 1986, mas do País”.

A batalha dos filhos separados durou anos até que recebam direitos a reparação em 2023.

Paulo Jeova Navarro Queiroz Foto Elizabete Martins campos.

Maria Luiza da Silva foto Elizabete Martins Campos.

José Raimundo Rodrigues foto Elizabete Martins Campos.

Isaltina Maria Pereira foto Elizabete Martins Campos.

Sobre o isolamento compulsório e os Filhos Separados

No Brasil do século XX, o Estado desenvolveu uma política que isolou do convívio social pessoas atingidas pela hanseníase e promoveu a separação de seus filhos, embora a doença tenha tratamento desde a década de 40. Essa história é pouco conhecida no País apesar de ter atingido milhares de pessoas até a década de 1980.

A política do isolamento compulsório durou até 31 de dezembro de 1986. Neste período os filhos dos internos que nascessem nos hospitais colônias eram imediatamente separados de suas mães, sendo encaminhados aos preventórios um tipo de abrigo ou orfanato, onde permaneciam por muito tempo. Muitos destes filhos jamais reencontraram os seus familiares novamente. Essas pessoas são conhecidas como “Filhos Separados”, tornando-se uma das principais lutas do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN). 

Sobre o Morhan

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) possui 42 anos de luta atuando para a eliminação da hanseníase, do preconceito e pela garantia dos direitos humanos das pessoas afetadas pela doença e seus familiares. Sua militância nasceu vinculada às comunidades das antigas colônias

de isolamento das pessoas afetadas pela doença. Quando conquistado o fim do isolamento compulsório, o MORHAN seguiu lutando por políticas de reparação, como a lei 11.520, de 2007, e os projetos de lei, a preservação e o tombamento dos territórios das antigas colônias e educandários, locais de memória sensível que fazem parte da história das milhares de pessoas que foram segregadas, também fazem parte da luta do movimento.

Hoje, o Morhan integra os conselhos nacionais de Saúde, de Direitos da Mulher, da Pessoa Idosa, de Direitos das Pessoas com Deficiência e dos Direitos Humanos; conta com mais de três mil voluntários e de 72 núcleos em todas as regiões do país, e segue lutando por uma profunda transformação social.

FICHA TÉCNICA

FILHOS SEPARADOS PELA INJUSTIÇA

Documentário, direção Elizabete Martins Campos, 20`43`, Cor e P&B, Brasil, 2017.

SINOPSE

Imagina você … arrancado, retirada, afastado, distante, longe, isolada, descampado, solitária, solitário, só, sozinho, recolhido, retraído, desacompanhado, único, desprotegido, desvalido, desamparado, desajudado, abandonado, vago, apartado, separado da sua família, despovoado, desabitado, deserto, suspenso, anulado, inabilitado, cortado, abolido, suprimida, escorraçado, abusada, violentado pelo Estado … Esta é uma história real e atual, de brasileiros, em busca de justiça, os filhos separados pela política pública de internação compulsória da hanseníase.

Depoimentos na ordem de aparição no documentário Maria Aparecida Domingos, Isaltina Maria Pereira, Pedro de Paula Costa, Maurício de Tarso Pereira de Jesus, Perina Maria de Vasconcelos, José Raimundo Rodrigues, Maria Luiza da Silva, Paulo Jeova Navarro Queiroz

Direção e Roteiro Elizabete Martins Campos

Pesquisa e Produção Thiago Pereira da Silva Flores

Direção de Fotografia e Montagem Fred Tonucci

Imagens Fred Tonucci, Elizabete Martins Campos, Arquivos Movimento de Reitegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – Morhan

Assistente de Produção Ander Pereira Menezes

Narração Yuri Guerra – artista voluntário do Morhan Movimento de Reitegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – Morhan