Elza conta sobre a Família My Name is Now, Elza Soares

“Nos tornamos uma família”, Elza Soares
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Elza Soares é estrela de documentário no Festival do Rio – O GLOBO

Cantora foi bastante aplaudida na sessão de ‘My name is now’, pela competição da Première Brasil

RIO — Elza Soares olha e fala para a câmera como se visse um espelho, ela própria assumindo o reflexo de um povo por quem é apaixonada e que por ela se apaixonou. A cantora carioca, de 77 anos, é a estrela máxima de “My name is now, Elza Soares”, de Elizabete Martins Campos, documentário em competição pela Première Brasil do Festival do Rio. O filme foi exibido no fim da tarde de sábado, no Cinépolis Lagoon, com a presença da própria Elza, bastante aplaudida pela plateia de convidados logo que entrou na sala.
A sessão foi dupla: antes de “My name is now”, foi exibido o curta-metragem “Diário de novas lembranças”, o primeiro do jovem João Pedro Oct, de apenas 19 anos, e que contou com a narração de Selton Mello. Mas a maior parte do público estava no cinema mesmo para ver e ouvir Elza Soares. No pequeno palco montado no cinema, a diretora Elizabete Martins Campos, estreante em longas-metragens, chamou a cantora de “fênix” e explicou que o projeto não é sobre a vida de Elza, mas sim “sobre o que ela está vivendo”.

Elza também falou antes do filme, com o jeito descontraído e sincero a que os fãs estão acostumados.

– Quando conheci a Bebete (a diretora Elizabete), disse que não queria falar de dor e sofrimento no filme. Queria falar de vida – afirmou Elza. – Hoje eu me namoro. Estou apaixonada por mim, não sei por que não casei comigo mesma. Se eu soubesse que era tão gostosa, tão boa, não teria me dividido com ninguém.

No documentário, Elza aparece em closes, contando histórias, cantando ou até brincando de espalhar o batom em torno de seus lábios. “My name is now” privilegia as imagens e os sons, evitando sequências didáticas que expliquem a trajetória da cantora. Aprende-se, sim, sobre sua história no filme, mas sem linearidade. Por exemplo, ao tratar da importância de Garrincha para a vida da cantora, o documentário mostra cenas do jogador em campo, recortes de revistas com notícias sobre o casal-celebridade e algumas fotos dos dois juntos. Foi incluído, ainda, um filme de Elza cantando “Linda Flor (Ai, Yô Yô)”, ao lado de Garrincha.

As músicas interpretadas por Elza, aliás, estão presentes em todo o filme. Ela entoa canções como “Se acaso você chegasse”, “Volta por cima” e “A carne”. Ela também aparece em situações tão diferentes quanto complementares: num momento está no colorido do desfile de carnaval da Mocidade Independente de Padre Miguel (Elza já foi puxadora e também madrinha da escola); noutro, aparece numa íntima sessão de massagem em cima de uma cama, com direito a um massagista sarado sem camisa.

Sobre o título do documentário, coube à própria Elza explicar, falando para a câmera-espelho de Elizabete Martins Campos: “Tudo meu é agora. Parece que nasci agora. Por isso digo que my name is now”.

Veja mais em: https://oglobo.globo.com/cultura/elza-soares-estrela-de-documentario-no-festival-do-rio-14072051

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Filme sobre Elza balança ao espelhar as valentias e vaidades da ‘Nega fênix’ – NOTAS MUSICAIS

Resenha de documentário musical
Título: My name is now, Elza Soares (Brasil, 2014)
Direção: Elizabete Martins Campos
Roteiro: Elizabete Martins Campos e Ricardo Alves Jr.
Cotação: * * * 1/2
Filme em exibição na edição de 2014 do Festival do Rio, no Rio de Janeiro (RJ)
Sessões de My name is now, Elza Soares no Festival do Rio:
* 28 de setembro de 2014, às 13h - Pavilhão do Festival
* 29 de setembro de 2014, às 14h15m e às 19h15m - São Luiz 4
Quatro anos após exibir Elza (2010), documentário sobre Elza Soares em que os diretores Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan deixaram que a música falasse pela cantora carioca, o Festival do Rio exibe outro filme sobre a artista. Em My name is now, Elza Soares, primeiro longa-metragem da cineasta mineira Elizabete Martins Campos, a Nega fênix – como Elza se autodenomina nos créditos iniciais do filme – toma a palavra. Ao focar a intérprete frente a frente com a câmera, como se essa câmera fosse um espelho imaginário, My name is now acaba refletindo valentias e vaidades de uma artista dura na queda, orgulhosa da própria (sobre)vivência. Ao apresentar o  filme em sessão de convidados do Festival do Rio, no fim da tarde de hoje (27 de setembro de 2014), Elza ressaltou que pediu à diretora – chamada por ela pelo apelido de Bebete – que o documentário falasse de vida e não de dor e sofrimento. Mas, como a dor parece ser a mola mestra que impulsiona Elza a lutar e a viver, o discurso acaba respingando no sofrimento recorrente na vida dessa mulher negra, pobre, que soube driblar humilhações e preconceitos ao longo de seus 84 (não assumidos) anos. Tanto que, perto do fim, o discurso de Elza já soa algo redundante. “A gente se fortalece e se esconde atrás dos aplausos”, diz Elza já no início do filme, entre imagens difusas. Sem recorrer ao formato convencional dos documentários biográficos, geralmente roteirizados com mix protocolar de depoimentos e imagens de arquivo, My name is now foge dos clichês até o momento em que rolam os créditos finais, ao som da música intitulada Elza Soares (Itamar Assumpção, 2010). Mas o documentário não escapa do balanço que rege a vida e a música de Elza Soares, diretora musical do filme. My name is now cai no suingue embutido na voz privilegiada e resistente dessa cantora que se apresenta na tela como compositora, interpretando temas de sua própria lavra, casos do Samba triste – cantado a capella – e de Eu sou Elza. A Nega fênix sabe fazer seu jazz, como mostram os dois temas vocalizados intitulados Improviso I e Improviso II – um alocado no início, outro no fecho do roteiro. Aliás, mostrando segurança como diretora, Elizabete dá toda a voz do filme a Elza, mas não perde o fio da meada do roteiro assinado com Ricardo Alves Jr. e turbinado com alguns números musicais do show Arrepios (2009), feito por Elza com o violonista João de Aquino, gravado ao vivo em São Paulo (SP), mas nunca efetivamente lançado em CD ou DVD. Um desses números é Cobra cainana (João de Aquino e Hermínio Bello de Carvalho, 1978). Em My name is now, a música soa tão forte quanto as falas de Elza. “Choro também de alegria, mas continuo chorando de tristeza”, ressalta a cantora, a certa altura do filme, com lágrimas nos olhos. Gritos uterinos são ouvidos em outra tomada, dando ao filme um contorno mais artístico, quase no limite da experimentação. Das imagens de arquivo, vale destacar o número em que Elza canta Brasil (Cazuza, Nilo Romero e George Israel, 1988) com sotaque americanizado. Um registro do pioneiro samba-canção Linda Flor (Ai, Iôiô) (Henrique Vogeler, Luiz Peixoto, Cândido Costa e Marques Porto, 1929) ilustra as cenas que lembram, sem depoimentos, o ruidoso caso de amor da cantora com o jogador de futebol Manuel Francisco dos Santos (1933 – 1983), o Garrincha. A propósito, a morte do filho nascido dessa controvertida união, aos oito anos, é descrita por Elza como “momento de loucura” em sua vida, época em que a cantora subiu morro, se juntou a bandidos e cheirou cocaína – como a própria artista relata no depoimento aparentemente mais espontâneo e menos ensaiado do documentário. Enfim, My name is now, Elza Soares não vai surpreender quem conhece razoavelmente a vida da artista. Mas tem seu mérito, tanto pela coesa forma cinematográfica quanto pela música cheia de valentia (e do suingue) da vaidosa Nega fênix.
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